Elizabeth
a n n a
*Trabalhos expostos na primeira Bienal de Vila Franca de Xira, 1989
Miguel Ângelo
Fátima Mendonça
Roda da Fortuna
A Fortuna é cega (vendada) mas na roda da sorte só a nobreza está em jogo...
BOM ANO
Walking Distance
O Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia (Maat) acolhe uma exposição de trabalhos de Rui Calçada Bastos, com curadoria de João Pinharanda. Não se trata de uma exposição fotográfica nem o autor se intitula fotógrafo. É um percurso plástico sobre a relação do olhar (o seu) e o percurso vivenciado pelo registo fotográfico.
Simplesmente Brilhante…
neo lítico I
"American Gothic"
American Gothic é uma pintura de Grant Wood da colecção do Art Institute of Chicago.
Na foto 1942. os modelos de Grant Woodsão o Dr. B. H. McKeeby (dentista) e a sua irmã Nan Wood,
Man Ray, Adão e Eva, 1924
David Bomberg (1890-1957)
Mariana com avó Lurdes
Les demoiselles d'Avignon, 1907
pomo
Quentin Matsys, O Usurário e sua Esposa, 1514
Um dos grandes pintores do fim do século XV início do século XVI que se caracterizava por um grande sentimento religioso misturado de um realismo crítico patenteado nas formas grotescas apresentadas. Muitas das suas obras enfatizam a caricatura como forma de crítica exposta na expressão melancólica das figuras, nos gestos brutais dos carrascos ou na actividade usurária dos banqueiros.
“O usurário e a sua mulher” não representa somente a actividade económica de um prestamista, ele é também uma sátira religiosa, pondo em confronto os mandamentos da Lei de Deus, que condenava a usura, representada neste quadro pela Bíblia que a esposa atentamente folheia, e a bondade do trabalho do marido. As muitas obras de Quentin Matsys retratando as respeitáveis actividades de cambistas, ourives e banqueiros, eram acompanhadas de um sentido crítico que podemos adivinhar num dos seus retratos mais famosos: A Duquesa Grotesca, quiçá, o quadro mais conhecido do pintor. A improbabilidade deste retrato não ser verdadeiro, ou melhor, corresponder à beleza retratada, é-nos sugerida pelo lado grotesco da pessoa representada que alguns historiadores atribuem a uma caricatura de Margareth, Condessa do Tirol.
Será?...
Ode de despedida
as árvores da minha aldeia já não morrem de pé…
morrem nas manhãs frias de nevoeiro
morrem numa paleta polícroma já perdida
morrem num tempo esculpido por uma soturna melancolia
morrem no ocaso da memória continuamente vivenciada
morrem na toponímia de um corpo consumido
morrem
morrem as minhas raízes silenciadas dentro de mim
ó homens da minha terra, que mal fiz às árvores da minha aldeia?...
Read MoreLurdes Carvalho
Lurdes Carvalho (mãe)
A serpente da Pena
«Ó homem, conhece-te a ti mesmo e conhecerás os deuses e o universo.»
Inscrição no oráculo de Delfos, atribuída aos Sete Sábios (c. 650a.C.-550 a.C.)
No sopé do Monte Parnaso, em Delfos, brotam várias nascentes e uma das mais conhecidas é a Fonte Castália – em honra de uma das náiades (ninfas de água doce) – rodeada por um bosque de loureiros em honra de Apolo. A lenda e a mitologia versada na Metamorfoses de Ovídio diz que junto a esta fonte se reunião algumas divindades, musas, náiades que ao som da lira de Apolo cantavam incessantemente ao ritmo do jorro da “água falante”. Consta que das entranhas desta fonte emanavam vapores alucinogénios provocando ao oráculo de Delfos visões que lhe permitiam profetizar o futuro. Às sacerdotisas passaram a chamar-se pitonisas após Apolo ter desferido mortalmente a serpente gigantesca guardiã do oráculo de Témis (Deusa da justiça) Píton (Pytho). A Fonte Castália converteu-se em oráculo de Apolo. Terá sido a lenda mitológica a fonte de inspiração para a gruta da serpenta da Pena?
As imagens românticas da serra de Sintra estão todas impregnadas de poesia. Não há recanto, árvore, planta, caminho, gruta que não tenha saído da fantasia onírica do seu criador, mas não só. Já muito se falou do revivalismo do Palácio da Pena, das suas origens, dos elementos arquitetónicos que o definem como um palácio romântico; da flora trazida dos quatro cantos do mundo conferindo a este parque um exotismo luxuriante; dos caminhos enviesados que, ao sabor da orografia, vão deixando a descoberto novas figuras de espanto; dos calhaus rolados; da fauna que encontra/ou aqui o seu lugar de eleição… da paixão de D. Fernando II pela cantora de ópera Elise Hensler(mais tarde Condessa d´Edla e sua segunda esposa) que metaforicamente está aqui representado pelo Palácio da Pena e pelo Chalet da Condessa.
Contudo, há o lado clássico fruto do movimento neoclassicista do final do século XVIII e, sobretudo, do movimento literário da Arcádia que está bem presente no programa do idílico lugar que a serra Sintra esconde. Lugar onde reina a felicidade, a simplicidade, a paz e em perfeita comunhão com a natureza, como na lenda do “nobre selvagem”. O movimento neoclássico não terá sido alheio a D. Fernando II, pessoa culta e erudita. Assim, numa nascente de água que brota das entranhas da serra de Sintra uma serpente à semelhança da Píton de Apolo incumbida de defender o oráculo de Témis se esconde numa gruta. A serpente da Pena está lá. Será o oráculo de D. Fernando II?
texto: 2016 © Luís Carvalho Barreira
Bosco Sodi
Foto: Luís Barreira