Ode de despedida
as árvores da minha aldeia já não morrem de pé…
morrem nas manhãs frias de nevoeiro
morrem numa paleta polícroma já perdida
morrem num tempo esculpido por uma soturna melancolia
morrem no ocaso da memória continuamente vivenciada
morrem na toponímia de um corpo consumido
morrem
morrem as minhas raízes silenciadas dentro de mim.
Ó homens da minha terra, que mal fiz às árvores da minha aldeia?...
texto de Luís Barreira (excerto), 2010