short stories [I]
David Carvalho [avô: 1893-19xx]
conceptual portrait by Luís Carvalho Barreira
2020
serie:
MNEMOGRAFIAS: fragmentos da memória
Pesquisa por tema:
short stories [I]
David Carvalho [avô: 1893-19xx]
conceptual portrait by Luís Carvalho Barreira
2020
serie:
© Luís Carvalho Barreira
Túmulo de Inês de Castro
Mosteiro de Alcobaça, 2020
serie:
Fotografia
arquivo: 2020_08_13_DSCF5691
câmara: Fujifilm X 100F
© Luís Carvalho Barreira
Sofia Namora* like a Modigliani model, 2014
serie: portraits in art
Fotografia
arquivo: 2014_05_09_DSC_2427
câmara: Nikon D800
*20.05.1966 - feliz aniversário
Luís Barreira (Pai)
Vidago F C
Local: Murça, 1952
série: art portraits
Luís Barreira
Título: B L U E
Ano: 2018
Instalação
Fotografia
Luís Barreira
Fragmento da obra de José Pedro Croft (1998)
Parque das Nações, 2018
Lisboa
série: no parque
Fotografia
arquivo: 2018_12_15_DSCF1314
Luís Barreira
Vénus (cópia romana)
British Museum, London, 2014
Série:
Fotografia
arquivo: 08_05_IMG_8513, 2014
Luís Barreira
N A T U R A
fotografia
projecto apresentado e exposto na Bienal de Vila Franca de Xira, 2003
Luís Barreira
s/título, 1986/93
série: pathos
fotografia
Gelatin Silver print
arquivo:
F_023_4332, 1986
F_476
Luís Barreira
Mirror, Vase on the table, 1992
Fotografia/Instalação
Série: arealva
Luís Barreira
Arealva, 1992
Fotografia/Instalação
Gelatin Silver print
Série:
arquivo: F_160_3988, 1992
Luís Barreira
S/título, Arealva #01, 1992
Fotografia/Instalação
Gelatin Silver print
Série: Arealva
Luís Barreira
Instalação, 1992
Arealva
Fotografia/Instalação
Santa Bárbara, Basílica de Mafra, 2015
Foto: Luís Barreira
Poder Crer em Santa Bárbara
Esta tarde a trovoada caiu
Pelas encostas do céu abaixo
Como um pedregulho enorme...
Como alguém que duma janela alta
Sacode uma toalha de mesa,
E as migalhas, por caírem todas juntas,
Fazem algum barulho ao cair,
A chuva chovia do céu
E enegreceu os caminhos ...
Quando os relâmpagos sacudiam o ar
E abanavam o espaço
Como uma grande cabeça que diz que não,
Não sei porquê — eu não tinha medo —
pus-me a rezar a Santa Bárbara
Como se eu fosse a velha tia de alguém...
Ah! é que rezando a Santa Bárbara
Eu sentia-me ainda mais simples
Do que julgo que sou...
Sentia-me familiar e caseiro
E tendo passado a vida
Tranquilamente, como o muro do quintal;
Tendo ideias e sentimentos por os ter
Como uma flor tem perfume e cor...
Sentia-me alguém que nossa acreditar em Santa
Bárbara...
Ah, poder crer em Santa Bárbara!
(Quem crê que há Santa Bárbara,
Julgará que ela é gente e visível
Ou que julgará dela?)
(Que artifício! Que sabem
As flores, as árvores, os rebanhos,
De Santa Bárbara?... Um ramo de árvore,
Se pensasse, nunca podia
Construir santos nem anjos...
Poderia julgar que o sol
É Deus, e que a trovoada
É uma quantidade de gente
Zangada por cima de nós ...
Ali, como os mais simples dos homens
São doentes e confusos e estúpidos
Ao pé da clara simplicidade
E saúde em existir
Das árvores e das plantas!)
E eu, pensando em tudo isto,
Fiquei outra vez menos feliz...
Fiquei sombrio e adoecido e soturno
Como um dia em que todo o dia a trovoada ameaça
E nem sequer de noite chega.
Alberto Caeiro, in "O Guardador de Rebanhos - Poema IV"