Saturno devorando o seu filho por Goya, 1819-23
Chegámos ao mês X (Dezembro) para os romanos[1]. Mês das festas saturnálias ou saturnais (17 a 23 de Dezembro), em honra de Saturno, deus da agricultura, que coincidia com o solstício do inverno. As colheitas já se fizeram. A prosperidade era dádiva divina. Era tempo de agradecer aos deuses — Saturno. Os dias mais curtos davam lugar à noite e aos festejos que envolviam toda comunidade romana. Baquetes públicos, orgias, encontros familiares, troca de presentes, jogos de sedução, tudo decorria numa atmosfera de alegria e de grande permissividade. Os excessos públicos, faziam parte de uma atmosfera quase anárquica — saturnália — onde os júbilos ganhavam importância social: segundo o poeta Catulo, “o melhor dos dias”. Era o momento mais esperado após um período agrícola inteiro decorrido. Até os escravos eram desobrigados das restrições habituais pelos senhores (pater famiglia) que os libertavam — num momento único em que era habitual inverter-se os papéis. Viva o Rex Saturnalis (rei imaginário) eleito numa inversão temporária das normas sociais.
[1] Março — Marte (Deus)
Abril — Aprilis (mês das flores. Festas da Venerália em honra de Vénus (Deusa).
Maio — Maia (Deusa)
Junho — Juno (Deusa)
Julho — Júlio César (Imperador)
Agosto — Augustos (Imperador)
Setembro — mês VII (sete)
Ourubro — mês VIII (oito)
Novembro — mês IX (nove)
Dezembro — mês X (dez)
Janeiro — Jano (Deus)
Fevereiro — Februus (Deus)
