Ovo da Páscoa

Luís BarreiraOvo da Páscoa, 2018...E se o Ovo contém em si o mistério da vida celebremos a entrada da primavera e/ou a ressurreição de Cristo com alegria, com abundância, com fertilidade, com esperança na concretização dos nossos desejos e num futur…

Luís Barreira

Ovo da Páscoa, 2018

...

E se o Ovo contém em si o mistério da vida celebremos a entrada da primavera e/ou a ressurreição de Cristo com alegria, com abundância, com fertilidade, com esperança na concretização dos nossos desejos e num futuro melhor.

ver texto: Ovo da Páscoa, 1991

Fotografia

arquivo: 03_30_NK2_0504, 2018

Lupercália

Andrea Camassei, Lupercália, 1635Museu do PradoPintura

Andrea Camassei, Lupercália, 1635

Museu do Prado

Pintura


Lupercália

As festas e as festividades religiosas na civilização romana eram uma constante ao longo do ano. Não havia, praticamente, uma semana sem festividades. Mas de todas, aquela que ganhava maior dimensão popular, de igualdade entre os participantes, era a Saturnália pela alegria e permissividade que estes festejos proporcionavam. A Saturnália, em honra de Saturno, (realizada em meados de Dezembro e que durava até ao final do mês) tinha como principal ritual o sacrifício de animais (bodes) seguido de um banquete público. Realizada numa atmosfera onde quase tudo era permitido, onde os escravos e os libertos ganhavam dignidade de pessoas livres, onde os deveres de cidadania eram suspensos, onde estes momentos culminavam em folia e em festa mais desejada. Por fim, visitavam-se os familiares e amigos e trocavam-se presentes em privado[1].

A Saturnália culminava o ano agrícola. Finalizava o desejo e a concretização de um ano próspero e abundante. E o próximo ano agrícola ainda vem longe. As sementes serão lançadas à terra em finais de Fevereiro, princípio de Março; o início da Primavera. É tempo, ainda, de festejos que em rigor só terminarão em Fevereiro com a Lupercália. A Lupercália celebrada a XV Kalendas Martias, que corresponde hoje ao dia 15 de fevereiro[2], era uma festa religiosa ritualizada por um certo número de pessoas, os Luperci sodales, recrutados pelos Patrícios, que orientavam as festividades no sentido da purificação da sociedade romana. Os Luperci sodales são oriundos de um corpo especial de sacerdotes que se reuniam na gruta de Lupercal (onde se crê que a loba amamentou os gémeos Rómulo e Remo, fundador da cidade de Roma). Neste local eram imolados dois bodes e um cão e os sacerdotes vestiam-se com as peles dos animais sacrificados, aos quais cortavam algumas tiras de pele do bode (as Fébruas[3]) ungidas com sangue. Com as Fébruas em riste perseguiam as pessoas que assistiam aos rituais, chicoteavam-nas e acossavam especialmente as mulheres. Certas mulheres. As mais jovens ou aquelas que não tinham filhos que tocadas pelas Fébruas acreditavam ficar férteis. Estes cortejos populares de perseguições com as Fébruas em riste expiando os males sociais, personificados na figura do Fauno Lupércio (nome de Pã para os romanos[4]), aumentavam o contacto físico e o desejo sexual associado à folia.

De folia em folia chegámos ao Dia dos namorados.

 

Texto: 1999-2017 © Luís Carvalho Barreira


[1] O Cristianismo fará coincidir esta data com a do nascimento de Cristo e por sua vez a comemoração do Natal.

[2] Em 494 d.C., o Papa Gelásio I proibiu e condenou oficialmente essa festa pagã. Numa tentativa de cristianizá-la, substituiu-a pelo 14 de fevereiro, dia dedicado a São Valentim.

[3] Fevereiro tem origem etimológica em Fébrua.

[4] Deus dos bosques, dos campos, dos rebanhos e dos pastores. Pã é representado com orelhas, chifres e pernas de bode; amante da música e traz sempre consigo uma flauta, a flauta de Pã.

 


Nicolas PoussinThe Triumph of Pan1636credits: National Gallery

Nicolas Poussin

The Triumph of Pan

1636

credits: National Gallery

Cão

Luís BarreiraCão (fragmento) do quadroPinturaMNAAsérie: Museion - espaços revisitadosFotografiaarquivo: 04_02_IMG_6221, 2017

Luís Barreira

Cão (fragmento) do quadro

Pintura

MNAA

série: Museion - espaços revisitados

Fotografia

arquivo: 04_02_IMG_6221, 2017

Glossário de Arquitectura

GLOSSÁRIO DE ARQUITECTURA

Abóbada – sistema de cobertura côncavo ou arqueado, usualmente construído em pedra aparelhada ou em tijolo. 

Abóbada de Aresta – abóbada formada pela intersecção em ângulo recto de duas abóbadas de berço de igual dimensão e altura.

Abóbada de Berço – abóbada de forma semicilíndrica.

Abóbada de Ogivas – abóbada de arestas reforçada por duas nervuras (ogivas) que se cruzam na chave.

Abside – construção de planta semicircular, quadrangular ou poligonal, abobadada ou coberta de madeira, situada no topo de uma igreja. Concentrando-se no seu espaço o ponto nevrálgico da liturgia aí se situa, por norma, o altar-mor.

Absidíolo – capela de menor dimensão relativamente à abside e contígua a ela, de planta semicircular, quadrangular ou poligonal que se abre para a nave ou para o transepto.

Aceifas – campanhas militares realizadas pelos muçulmanos contra os cristãos, com o objectivo de evitar a progressão destes para sul.

Adarve – caminho estreito na face interna dos muros de uma fortaleza, castelo ou torre, composto por merlões e ameias. Servia como caminho de ronda ou espaço de vigia às sentinelas.

Adossado – elemento arquitectónico (coluna, pilastra, pilar, colunelo, etc.) encostado a uma parede ou a outro elemento de maior superfície ou volume.

Aduela – designação atribuída às pedras ou tijolos em forma de cunha que, dispostos radialmente, entram na organização de arcos e de abóbadas.

Adro – espaço aberto fronteiro à igreja, geralmente resguardado por muro baixo.

Al-Garb al-Andalus – designação, que significa o Ocidente de Andaluz, dada pelos muçulmanos a todo o território a ocidente e noroeste do Guadiana, e que correspondia aproximadamente à Lusitânia romana e visigoda.

Alcaide – magistrado directamente nomeado pelo rei e que o representava nos concelhos onde existiam castelos. Em alguns concelhos, esse representante escolhia-se entre os homens bons. Em regra, porém, era um nobre.

Aleta – elemento curvo, algumas vezes em forma de voluta, encostado aos ângulos retos de um coroamento ou remate arquitectónico, de um retábulo ou ainda de uma peça de mobiliário.

Almorávidas – berberes que fundaram, em meados do século XI (1070), um império na área ocidental do Norte de África, com centro em Marraquexe. Puritanos e rigoristas face aos princípios do Islão, difundiram a ideia de guerra santa. Chamados por alguns reis taifas (Sevilha, Granada e Badajoz), desembarcaram em Algeciras, em 1086, e derrotaram Afonso VI na batalha de Sagrajas ou Zalaca. 

Alpendre – telhado de uma água anexado a um muro.

Altar Colateral – altar situado na nave, encostado às paredes contíguas ao arco triunfal. Pode apresentar uma colocação paralela à parede que o ampara ou oblíqua.

Altar Lateral – altar secundário situado nas paredes que constituem os alçados laterais das naves de uma igreja ou capela.

Altar-Mor – altar principal de uma igreja ou capela, geralmente situado na capela-mor e colocado no seu eixo axial.

Alvenaria – sistema de construção que utiliza pedras sem aparelho de formas e dimensões irregulares.

Ameias – elemento colocado sobre o parapeito, que coroa torres, muralhas e igrejas medievais, destinado a proteger os vigilantes nos adarves.

Aparelho – termo aplicado à identificação da disposição dos materiais de construção aparentes de uma estrutura arquitectónica, sejam eles pétreos ou cerâmicos. Diferencia-se segundo a dimensão dos blocos, a disposição das filas e o acabamento da face invisível.

Aparelho pseudo-isódomo – aparelho composto por fiadas de diferentes alturas, mas onde os silhares de cada fiada são da mesma altura, embora possam ter diferentes comprimentos.

Apotropaico – desenhos, imagens ou objectos, usados sobretudo na arte popular, sobre os quais se acreditava serem capazes de afastar o infortúnio, o que na arte românica é maioritariamente atribuído às representações em relevo de animais ou demónios.

Arcada – sequência ritmada de arcos de sustentação de coberturas. Galeria ou passagem formada por uma sucessão de arcos.

Arcada-cega – sequência de arcos num muro, cujos vãos não são abertos, e que se destinam a ritmar e articular a superfície murária.

Arco – elemento construtivo e de sustentação, composto por aduelas, que cobre um vão entre dois pontos fixos.

Arco Cruzeiro – ver Arco Triunfal.

Arco-diafragma – arco que, independentemente da forma, é construído transversalmente com a função de contrafortar o peso que a cobertura exerce sobre as fachadas laterais.

Arco Toral – arco transversal saliente sobre a abóbada, perpendicularmente às paredes laterais, para lhes aumentar a resistência.

Arco Triunfal – vão em arco, normalmente de grande dimensão, que estabelece a ligação entre a nave e a capela-mor ou entre a nave e o transepto de um templo.

Arquivolta – molduras salientes de um arco. No plural designa um conjunto de arcos escalonados que rematam superiormente um portal.

Átrio – adro frontal que, na Idade Média, se localizava geralmente diante do portal das catedrais e igrejas. Podia ser uma praça fechada por muros baixos onde os juízes eclesiásticos tomavam decisões administrativas. O termo pode também designar um simples pórtico ou nártex. 

Azulejo – placa de cerâmica, com espessura variável, habitualmente de forma quadrangular, decorada e vidrada numa das suas faces, cuja função principal é a de revestir de um modo decorativo paredes, muros e também coberturas.

Balaustrada – conjunto de balaústres, pequenos elementos verticais, compostos por pedestal, fuste (de forma contracurvada) e capitel, dispostos sequencialmente, de forma regular e espaçada, rematado por corrimão.

Baldaquino – construção em pedra ou outro material, coberta e assente em colunas, destinada a nobilitar um espaço e/ou uma imagem. Armação de madeira ou tecido, adossada à parede, sobre um altar, túmulo, trono, etc.

Banda – faixa, friso ou moldura horizontal.

Banqueta – Corpo avançado de um altar para colocação de castiçais ou outro tipo de alfaias litúrgicas.

Batistério – espaço ou capela onde se encontra a pia baptismal.

Barra – em azulejaria, refere-se a um tipo de guarnição de painéis azulejares, sendo constituída por duas séries de azulejos justapostos que limitam uma composição.

Barroco – estilo artístico ou categoria histórica, correspondente, em sentido lato, ao intervalo cronológico de 1580-1750, com origem em Itália (em Portugal o intervalo é definido pelo período decorrente entre as vésperas da Restauração e o Reinado de D. José I). Caracteriza-se pela utilização de uma linguagem estética de matriz clássica, na qual o objecto artístico é trabalhado de acordo com uma intenção persuasiva, recorrendo à surpresa, ao movimento, à ilusão, aos efeitos cénicos e, ao mesmo tempo, à monumentalidade. São expressivas características deste estilo as formas curvas, agitadas, dinâmicas, bem como a síntese entre a arquitectura e as restantes artes, funcionando os aspectos decorativos como parte integrante do conjunto.

Base – parte inferior da coluna sobre a qual se apoia o fuste.

Bisel (talhe a) – corte oblíquo de uma aresta. No baixo e médio relevos o talhe ou a escultura a bisel, por ser oblíquo ao suporte, propicia a nitidez dos motivos decorativos.

Bispados – grande unidade administrativa de matriz religiosa. Dividiam-se, por sua vez, em arcediagados, cada qual, mais ou menos correspondente a uma Terra.

Bolboso, bolbiforme – em forma de bolbo.

Cabeceira – é a extremidade de uma igreja, para além das naves ou transepto (quando existente) e onde se encontra o santuário. É constituída por diversos elementos, sendo o principal a capela-mor. É conotada com a cabeça de Cristo. 

Cachorro – pedra esculpida ou lisa na qual assenta uma cornija.

Cadeiral – conjunto de assentos, dispostos em uma ou mais filas nas paredes laterais da capela-mor, da nave central ou do coro alto de uma igreja.

Caixotão – painel em reentrância colocado no interior do intradorso de uma cobertura ou vão, limitado por emolduramento, normalmente de forma regular, quadrada ou rectangular, encontrando-se por vezes em forma poligonal, podendo ser pintado ou entalhado.

Califado de Córdova – sistema de governo político e religioso que, entre 929 e 1008, unificou e robusteceu toda a Península Ibérica sob domínio islâmico.

Capela-mor – espaço principal da igreja ou capela, onde se encontra o altar-mor.

Capitel – peça superior esculpida de uma coluna, pilar ou pilastra formado por ábaco e cesto.

Cantaria – pedra emparelhada de forma geométrica disposta de forma regular.

Canteiro – artista que desbasta, corta e aperfeiçoa as pedras que irão constituir uma cantaria.

Carranca – cabeça, máscara ou mascarão, do imaginário fantástico, esculpida em pedra, madeira ou metal, colocada como motivo decorativo em cimalhas, frisos, áticos, fontes, chafarizes, lavabos, etc.

Cartela – forma ornamental em jeito de moldura ou enquadramento que recebe uma inscrição, símbolo, elemento heráldico ou emblema, podendo ser pintado ou esculpido.

Casal – unidade de exploração agrária, resultante do parcelamento da villa.

Cavaleiros-vilãos – os habitantes mais ricos da área de um concelho que dispunham de rendimentos bastantes para terem cavalos, disponíveis para fazer a guerra a cavalo.

Cenotáfio – monumento fúnebre e comemorativo destinado a guardar as cinzas de alguém.

Cercadura – em azulejaria refere-se a uma moldura simples constituída por uma série de azulejos justapostos, sendo o motivo decorativo limitado por dois bordos.

Chanceler – guarda do selo régio que, a partir de finais do século XIII, se tornou um autêntico chefe do governo, passando a existir sob as suas ordens um crescente número de funcionários, formando um quadro permanente localizado em Lisboa e constituindo uma repartição cada vez maior para a redacção de toda a espécie de documentos régios (chancelaria).

Chave – fecho de um arco ou de uma abóbada, muitas vezes decorado.

Claustro – pátio interior do mosteiro, rodeado por galerias com arcadas, de um ou dois andares, que serve de circulação aos religiosos. Geralmente apresenta planta rectangular e ao centro encontra-se o pátio, que pode servir de jardim ou cemitério. A partir das galerias pode-se aceder a outras extensões do conjunto monástico, como a sala do Capítulo, o refeitório, etc.

Clerestório – conjunto de janelas de iluminação situadas na parte superior de uma igreja.

Coluna – suporte de forma normalmente cilíndrica que serve para sustentação. É constituído por três partes: base, fuste e capitel.

Coluna Torsa – coluna cujo fuste é torcido em espiral.

Colunata – sequência ritmada de colunas que suportam um entablamento ou uma série de arcos.

Contraforte – elemento construtivo adossado a um muro, na sua face exterior, que se destina a reforçar a superfície murária e/ou a suportar o peso de arcos e abóbadas. 

Conselho do Rei – instituição saída da Corte, mais restrita, constituída pelos mais fiéis e privados, em cujo conselho mais confiava. Em formação desde Afonso III, os elementos do Conselho, diferentemente dos da Cúria, poderiam ser escolhidos não necessariamente pelo seu status, mas pelo seu conhecimento (sapientia), jurídico em especial.

Cornija – moldura saliente que remata superiormente um muro.

Coro-Alto – área do templo reservada ao clero, com papel fundamental na celebração do Ofício Divino na Época Moderna. Em regra, situa-se num nível elevado sobre a entrada principal de uma igreja.

Coroamento – elemento que termina ou remata uma estrutura arquitectónica, um retábulo, uma peça de mobiliário, etc.

Corpo – espaço médio de uma estrutura retabular; da igreja – espaço situado entre a zona da cabeceira e a entrada principal.

Cruzeiro - espaço quadrangular resultante do cruzamento entre a nave central e o transepto.

Domus Fortis – residência senhorial fortificada.

Douramento – na obra da talha consiste na aplicação de folhas de ouro sobre a superfície esculpida e devidamente preparada.

Embasamento – base que sustenta um edifício, um elemento arquitectónico, um retábulo ou uma peça de mobiliário.

Emblema – imagem composta, por vezes, por vários elementos com um significado simbólico concreto. Pode, ou não, ser acompanhado de legenda.

Empena – zona superior ou de topo de uma fachada, onde assenta a estrutura de vigamento do telhado.

Espaldar – plano vertical posterior de um móvel de assento.

Estampilhagem – técnica decorativa que imprime o desenho sobre a superfície por recurso a uma estampilha (folha de papel ou pergaminho em que foi recortado um desenho que se repetirá várias vezes).

Estilo Joanino – designação atribuída à talha produzida segundo um risco em que a influência italiana é flagrante, explorando-se ao máximo o efeito cénico da máquina retabular, aspecto conseguido pela eficaz arrumação dos elementos estruturais e decorativos. A origem desta expressão de classificação surge em função da datação aproximada de um conjunto de retábulos de características formais idênticas, que é coincidente com o período do reinado de D. João V, os quais apresentam uma linguagem decorativa específica, como a utilização da coluna berniniana, a introdução de cortinas, sanefas, baldaquinos, o recurso a festões, grinaldas, querubins alados, atlantes, conchas entre outros elementos.

Estilo Nacional – expressão sugerida, pela primeira vez, por Germain Bazin e Robert Smith para classificar retábulos em talha dourada que assumiam características formais semelhantes: recurso a colunas torsas emparelhadas, prolongadas em arquivoltas concêntricas, que envolvem a tribuna e o trono eucarístico. Um esquema que, à luz daqueles autores, lembra a organização dos portais românicos. A decoração consiste sobretudo na intensa aplicação de folhagem de acantos, folhas de parreira, meninos e aves a espreitarem por entre cachos de uvas, e também alguns querubins, numa lógica iconográfica que remete para o campo da prática litúrgica da Eucaristia. 

Estria – sulco linear de secção arredondada, em meia cana, aberto verticalmente no fuste de uma coluna, pilar ou pilastra.

Ex-voto – representação pictórica ou escultórica que se coloca num templo, em cumprimento de um voto.

Extradorso – face ou superfície exterior de um arco ou abóbada.

Fitomórfico – ornato ou motivo decorativo em forma vegetal.

Fresco – pintura de parede na qual são utilizados pigmentos dissolvidos em água. Aplicam-se sobre o reboco ainda fresco, impregnando-se assim na parede.

Fresta – abertura estreita e alta numa parede para facultar a entrada de luz natural no interior do edifício.

Friso – na arquitectura refere-se à parte constituinte do entablamento, entre a arquitrave e a cornija. Faixa horizontal decorativa, podendo apresentar o interior esculpido ou pintado.

Frontal de Altar – face principal e dianteira de uma mesa de altar.

Frontão – remate ou coroamento de uma estrutura arquitectónica ou decorativa, porta, janela ou nicho. Pode assumir diferentes formas; tem a sua raiz na arquitectura clássica.

Fuste – peça vertical de uma coluna, geralmente circular ou poligonal, entre a base e o capitel.

Galilé – corpo avançado, em relação à fachada principal ou às fachadas laterais de um edifício, que o antecede em jeito de galeria. Normalmente está apoiado em elementos de sustentação arquitectónica, como colunas ou pilares, embora possa constituir um espaço fechado ao qual se acede por um portal.

Gárgula – goteira saliente em forma de animal fantástico que possui um orifício pelo qual são escoadas as águas pluviais, a certa distância da parede, para protecção do edifício.

Guarda – grade, balaustrada, painel de madeira, chapa ou pedra para protecção de escadas, balcões, janelas, contra quedas.

Guarnição – limite decorativo de uma composição. Em azulejaria diz respeito à delimitação de painéis por fiadas simples, fiadas duplas ou fiadas compósitas de unidades azulejares.

Iconografia – disciplina dedicada ao estudo sistemático das representações imagéticas que ilustram um tema artístico específico.

Igreja – edifício cristão onde se reúnem os fiéis para assistir à celebração do culto. A igreja diferencia-se da capela por ser mais vasta e do oratório por servir ao culto público. Existem três graus principais na hierarquia das igrejas: Igreja Catedral, Igreja Primacial e Igreja Colegial. No patamar mais baixo da hierarquia temos a igreja paroquial. As igrejas abaciais, que pertencem às abadias, estão inseridas numa categoria à parte. 

Imposta – elemento de pedra saliente que separa o arco, abóbada ou capitel, apresentando-se frequentemente decorada.

Inscrição – conjunto de caracteres gravados em diversos suportes, nomeadamente na pedra, que indicam o destino de um monumento, recordam um facto ou uma data. 

Intradorso – face ou superfície interior de um arco ou abóbada.

Jacente (escultura) – escultura representando o tumulado, que ornamenta a tampa de uma arca tumular. 

Janela de Sacada – vão aberto até ao nível do pavimento, de duas folhas, normalmente apresentando uma varanda no exterior.

Lacrimal – moldura que corre ao longo do alçado para impedir que a água da chuva escorra pela fachada do edifício.

Lado da Epístola – expressão utilizada para designar o lado (nave, absidíolo) direito de um templo, quando observado da entrada principal.

Lado do Evangelho – expressão utilizada para indicar o lado (nave, absidíolo) esquerdo de um templo, quando observado da entrada principal.

Lambrim – revestimento cerâmico, de madeira, de pedra ou de estuque aplicado em paredes interiores a uma determinada altura. 

Lanternim – pequena construção cilíndrica ou prismática, em forma de pequena torre, vazada lateralmente, que remata um zimbório, para iluminação do espaço interior.

Lápide – pedra com inscrição destinada a honrar e/ou celebrar a memória de alguém ou a comemorar um facto.

Lavabo – fonte colocada na sacristia para que o sacerdote lave as mãos antes e depois da celebração da Eucaristia. Fonte colocada num ângulo do claustro junto à entrada do refeitório para que, antes e depois da refeição, os membros da comunidade lavem as mãos.

Maneirismo, maneirista – termo que designa uma tendência ou estilo artístico de raiz italiana correspondente, em Portugal, de uma maneira geral, à segunda metade do século XVI e primeira metade da centúria seguinte. Com raízes no Renascimento, é visto como uma transgressão aos ideais clássicos para a arte, transpondo-os de maneira a que resultem obras ambíguas, despreocupadas com a rigidez clássica e que explorem efeitos inesperados. 

Maquineta – pequeno armário-oratório, portátil, com uma ou mais faces envidraçadas que acolhe imaginária.

Mísula – elemento arquitectónico ou decorativo saliente, em jeito de consola, avançando a partir de uma superfície vertical de maneira a apoiar uma escultura, um arco, etc.

Modilhão – o mesmo que cachorro.

Modinatura – conjunto das diferentes molduras de um elemento construtivo.

Mosteiro – do grego monastérion, de monázo, ou seja, viver só, é um edifício religioso onde vivem os monges (1.ª Ordem) ou as monjas (2.ª Ordem), governados por um abade ou uma abadessa, respectivamente. Havia mosteiros em que os monges levavam vida contemplativa e eram construídos fora dos povoados. Normalmente eram implantados em terras férteis e junto das principais vias de comunicação.

Nártex – átrio com pórtico erguido imediatamente antes das naves das basílicas paleocristãs, igrejas e mosteiros românicos. 

Nave – espaço ou área longitudinal de uma igreja ou capela, situado entre a entrada principal e a cabeceira, delimitado por elementos arquitectónicos de sustentação como paredes, muros, colunas, pilares, arcos, etc. 

Neoclassicismo, neoclássico – corrente artística, desenvolvida a partir da última década do século XVIII, vingando sobretudo nas primeiras do século seguinte, caracterizada pela inspiração no rigor das formas clássicas greco-romanas, principalmente na utilização da sua característica gramática decorativa. Aplicada à arquitectura e às restantes artes resulta em obras singelas e elementares, de decoração contida, assumindo, por exemplo, a arquitectura uma grande monumentalidade.

Óculo – janela circular ou oval nas fachadas. Pode ainda ser encontrado nas portas e nas partes altas das paredes para iluminar ou arejar o interior. Também designado de olho-de-boi.

Ombreira - peça vertical dos lados de janelas ou portais, muitas vezes perfilada com colunas ou esculturas nos diversos níveis.

Orago – evocação do santo ao qual é dedicada uma igreja ou capela.

Ordem Compósita, compósito – ordem arquitectónica com grandes semelhanças com a ordem clássica Coríntia, residindo a principal diferença na composição do capitel da coluna, reforçando-se a decoração coríntia (cesto de acantos) com volumétricas volutas e um friso de óvulos.

Ordem Jónica, jónico – uma das três ordens arquitectónicas da arquitectura grega clássica. Caracteriza-se principalmente pela coluna apresentar fuste estriado assente sobre base ática e ábaco rectangular com volutas a ladear o coxim.


Ordem Toscana, toscano – ordem arquitectónica de origem romana que deriva da clássica ordem Dórica grega. As colunas apresentam o fuste liso e base com duplo toro assente em plinto.

Padronagem – termo relativo aos padrões aplicados como decoração; 

padrão – composição de carácter decorativa definida pela repetição de um módulo.

Palmeta – elemento decorativo de origem clássica que utiliza uma folha de palma.

Paramento – na arquitectura, é a superfície visível de cantaria bem aparelhada de um muro ou abóbada. Na escultura designa, de forma genérica, as vestes ou roupagens das figuras retratadas. Alude ainda às vestes usadas pelos sacerdotes nos ofícios religiosos.

Pegões – suporte que serve de reforço a muros sujeitos a grandes cargas. Serve de apoio a arcos, pontes e abóbadas.

Pilar – elemento vertical de função tectónica, de secção rectangular, cruciforme ou poligonal.

Pilar Cruciforme – pilar ao qual estão adossadas meias colunas.

Pilastra – elemento vertical de sustentação ou de função decorativa, de secção quadrangular ou poligonal, adossado a um muro.

Pintura Mural – pintura executada num muro ou parede. 

Planta – desenho arquitectónico que representa um edifício ou parte dele, em secção horizontal.
Planta Longitudinal – edifício no qual a planta apresenta uma directriz principal (ex.: rectângulo, cruz latina, etc.).

Plinto – elemento quadrangular no qual se apoia a base de uma coluna ou de um pedestal.

Portal – porta de grandes dimensões, normalmente monumental, com decoração escultórica.

Pórtico – antecorpo de um portal de igreja. Simples guarda-vento em madeira ou cobertura monumental em pedra, que pode ser esculpida, que protege os fiéis e as esculturas das intempéries. 

Púlpito – mobiliário eclesiástico destinado às leituras e pregação. Geralmente encontra-se erguido acima do solo e adossado a um pilar ou à parede da nave.

Quadrilóbulo – Elemento decorativo formado por quatro segmentos curvos, em arco, ligados entre si.

Registo – área em que se posicionam os elementos ou figuras em diferentes níveis dentro da mesma composição, dizendo-se que estão em registos diferentes.

Remate – Elemento que encima ou coroa uma estrutura arquitectónica, retábulo ou peça de mobiliário.
Retábulo, estrutura retabular, máquina retabular – estrutura pintada ou entalhada, de carácter devocional, colocada no espaço sacro ao modo de altar, para colocação de objectos e alfaias litúrgicas. Habitualmente apresenta-se encostado a uma parede. Pode representar um episódio do foro do sagrado ou acolher várias representações relacionadas com esse campo.

Risco – traçado, desenho ou projecto de um edifício, retábulo, etc.

Rococó, rocaille – Termo indicado para designar a fase tardia do barroco, constituindo uma reacção às suas formas classicizantes. Atinge sobretudo a linguagem decorativa que enriquece habitualmente os interiores, transformando-os, através da sua grande liberdade compositiva, em espaços extremamente requintados, recorrendo a uma linguagem formal assente em motivos exóticos e, de certo modo, bizarros. Os motivos concheados ou em "asa de morcego", colocados de forma assimétrica, combinados com elementos vegetalistas, são-lhe preferencialmente típicos. Na arquitectura explora de maneira sublime os valores da luz, o papel dos revestimentos artísticos e os jogos cromáticos.

Rosácea - vão de iluminação circular, habitualmente com grelhagem pétrea.

Sanca - moldura ou elemento linear, decorado ou liso, com alguma saliência e com desenvolvimento horizontal, que estabelece a ligação entre os planos das paredes e do tecto.

Serliana – sequência de três vãos, sendo o central em arco de volta perfeita e mais alto que os laterais, estes de verga recta. 

Seteira – janela esguia, estreita e alta. Fenda. 

Sigla – marca de canteiro gravada nos silhares ou outras peças da construção, destinada a assinalar a autoria, quando o trabalho era pago à jorna. Marca de posição que se destinava à colocação das peças na construção.

Silhar – pedra aparelhada, esquadriada e lavrada, utilizada como elemento construtivo ou como revestimento de parede.

Talha – tipo de revestimento em madeira esculpida por meio de cinzel e goiva que pode ou não receber acabamento posterior por douramento ou pintura.

Talhamares – construção de alvenaria em pedra, formando um ângulo para quebrar a força da corrente das águas. 

Tapete – na azulejaria refere-se à repetição de padrões, aplicados em grandes áreas, normalmente delimitado por molduras. Termo aplicado também a outro tipo de revestimentos parietais como a pintura mural.

Tímpano – elemento que fecha a parte semicircular de um vão originado pela construção de um arco. Nos portais recebe, habitualmente, escultura.

Toro – moldura saliente de secção circular.

Tramo – cada uma das partes em que se divide uma nave, quando considerados os elementos de suporte da cobertura. 

Transepto – corpo transversal, de uma ou mais naves, construído perpendicularmente à nave (ou naves) de um templo.

Tribuna – numa estrutura retabular, em jeito de balcão elevado, corresponde à área vazada que recebe o trono eucarístico.

Tromp L’oeil – técnica pictórica de efeito ilusionista.

Trono Eucarístico – estrutura de madeira, situada no interior da tribuna do retábulo-mor, organizada em degraus sucessivos que gradualmente vão diminuindo em tamanho, destinada à exposição do Santíssimo Sacramento.

Túmulo – monumento funerário executado em diversos materiais e formas (ex: pedra tumular (rasa), arca tumular, etc.).

Turíbulo – objecto litúrgico em metal, com forma variada, suspenso por correntes e destinado a conter incenso ardente durante as cerimónias sacras.

Ventana – janela, arco da torre sineira ou campanário, que recebe o sino.

Voluta – Elemento decorativo imitando um couro enrolado que descreve, em secção, um movimento espiralado.


Zimbório – parte exterior e mais elevada de uma cúpula.  

O massacre dos inocentes

Peter Paul Rubens, Massacre dos inocentes, 1612-13

Peter Paul Rubens, Massacre dos inocentes, 1612-13

O Massacre dos Inocentes é um episódio descrito no Evangelho de Mateus sobre o infanticídio perpetrado pelo rei da Judeia, Herodes. O anúncio pelos Reis Magos de um novo Rei ter nascido fez com que Herodes ordenasse a sua captura e o trouxesse à sua presença. “Então Herodes, chamando secretamente os magos, inquiriu exactamente deles acerca do tempo em que a estrela lhes aparecera”. (Mateus 2:7). Desconfiado, Herodes, ordenou aos Reis Magos que fossem de imediato ao encontro do menino e no regresso lhe dissessem o lugar exacto, para que o pudesse adorar também. Os Reis Magos chegados diante do Menino oferendaram-no com ouro, incenso e mirra. No regresso foram avisados em sonho pelo anjo do Senhor que lhes retorquiu para não dizer nada ao rei Herodes do nascimento de Cristo e assim apanharam outra estrada evitando passarem por Jerusalém. Herodes, irado, mandou matar todos os meninos da vila de Belém com menos de dois anos numa derradeira tentativa de não perder o trono para o Rei dos Judeus.

Outras representações ao longo da História:

Mosaico: Massacre dos Inocentes, na Igreja de São Salvador em Chora, considerada um dos mais belos exemplos das igrejas bizantinas.

Mosaico: Massacre dos Inocentes, na Igreja de São Salvador em Chora, considerada um dos mais belos exemplos das igrejas bizantinas.

Massacre dos Innocentes, fresco de Giotto di Bondone na Capela Scrovegni de Pádua, 1304-1306

Massacre dos Innocentes, fresco de Giotto di Bondone na Capela Scrovegni de Pádua, 1304-1306

Fra Angelico, Massacre dos Inocentes, 1451-2

Fra Angelico, Massacre dos Inocentes, 1451-2

estórias veladas, 1992

Luís Barreiraestórias veladas, 1992acrílico s/tela160x185 cmcolecção do autorPinturaarquivo: 1992_SLIDE_21399

Luís Barreira

estórias veladas, 1992

acrílico s/tela

160x185 cm

colecção do autor

Pintura

arquivo: 1992_SLIDE_21399

O voo de Ícaro

Luís BarreiraO voo de Ícaro, 1991acrílico s/tela160x185 cmPinturaColecção privada: Graça Figueiredoarquivo: SLIDE_21599, 1991

Luís Barreira

O voo de Ícaro, 1991

acrílico s/tela

160x185 cm

Pintura

Colecção privada: Graça Figueiredo

arquivo: SLIDE_21599, 1991

Mulher reclinada, 1996

Luís BarreiraMulher reclinada, 1996Acrílico s/tela160x185 cmcolecção privada: Ana & Carlos Melancia

Luís Barreira

Mulher reclinada, 1996

Acrílico s/tela

160x185 cm

colecção privada: Ana & Carlos Melancia

LAVRA

Livro de Fotografia (2011-2017)LAVRA98 páginas / 92 fotos220x240x9 mmedição de autor20 exemplaresnumerados e assinadosISBN 978-989-20-8014-7Depósito Legal: 433872/17

Livro de Fotografia (2011-2017)

LAVRA

98 páginas / 92 fotos

220x240x9 mm

edição de autor

20 exemplares

numerados e assinados

ISBN 978-989-20-8014-7

Depósito Legal: 433872/17

Um conjunto de fotografias registadas ao longo dos últimos anos dá corpo a esta publicação tendo a Natureza como referente – ou objecto retratado. Ao mesmo tempo que este projecto busca a tangibilidade material entre o eu e o objecto, coloca perenemente em discussão uma certa linguagem visual centrada na fotografia. Será que um acto mecânico de um registo fotográfico pode transformar-se em objecto de arte?

A resposta não é fácil, nem será essa a nossa preocupação. Interessa-nos sobremaneira colocar a fotografia no “ad momentum” criativo: espaço, tempo e memórias. É nesta intersecção do momento que o simples acto de fotografar não se reduz a limitar o campo visual, a reenquadrar o objecto retratado, a explorar as formas através da luz, etc., mas a reinterpretar uma realidade fazendo com que possamos exponenciar a fotografia em novas formas de expressão plástica. Assim, este conjunto de fotografias propõe uma nova realidade, pois ele evidencia o que o autor quer mostrar e “não o espelho de uma realidade[1]” habitada. Nesta experimentação imaterial vivida, dificilmente explicável, porque é pessoal, foram lavrados “ad momentum” incontáveis registos cuja edição nos afasta da realidade e que a memória evoca permanentemente - “ad infinitum”. Não são simplesmente registos mecânicos ou compromissos entre dados técnicos (a velocidade do obturador, a escolha do diafragma ou da sensibilidade do filme) são fragmentos de um novo discurso promovido pelos mais diversos mediadores passíveis de ser reinterpretados. Falamos de registos fotográficos – ou grafias poéticas com a luz - que brotam de um processo complexo de mnemografias[2] revelando as sensações que o “corpo poiético[3]” apela à pesquisa estética. Este ensaio sulca cumplicidades evidentes estabelecidas com a Natureza e com a natureza das coisas; revela uma pesquisa obsessiva patente nestas 86 fotografias agora sulcadas neste livro e descobre no secretismo da solidão que a natureza das nossas raízes nos incita a rasgar caminhos, nos impelem inexoravelmente para o contacto com os elementos da Natureza: a terra, a água, o ar e o fogo (a energia).

Foi neste o espaço privilegiado, vivenciado em isolamento, que as emoções se revelaram. Foi neste o tempo assolado pelo silêncio que os pensamentos e o entendimento se transformaram em conhecimento. E foi, sobretudo, no apelo à memória que esta Lavra, para além de congelar no tempo uma experiência estética, testemunha quão frágil é o nosso momentum.

LAVRA é um ensaio de comunhão com a Natureza, “ad infinitum”


[1] “A fotografia não é um espelho do real”, cito Rudolf Arnheim, Film as Art, 1957

[2] Grafia que apela à memória; que exprime ideia de lembrança; recordação.

[3] Poiesis: processo ou acção criativa.

Texto de Luís Barreira

 

Vénus

Luís BarreiraVénusSérie: Classic portraitFotografiaarquivo: 08_05_IMG_8513,2014 / 10_15_NK1_7535, 2017

Luís Barreira

Vénus

Série: Classic portrait

Fotografia

arquivo: 08_05_IMG_8513,2014 / 10_15_NK1_7535, 2017

Auto-retrato

Auto-retrato, 2006Classic portrait, 2014série: Classic portraitFotografiaarquivo: 03_15_DSC02228, 2006 / 08_05_IMG8515, 2014

Auto-retrato, 2006

Classic portrait, 2014

série: Classic portrait

Fotografia

arquivo: 03_15_DSC02228, 2006 / 08_05_IMG8515, 2014

Sensus extremus

Sensus extremus

 

 

Ensurdece, demasiado ruído

Apaga, demasiada proximidade

Cega, demasiada luz

Regela, demasiado frio

Enfraquece, demasiada liberdade

Incomoda, demasiado prazer

Desagrada, demasiada melodia

Paralisa, demasiada beleza

Ofusca, demasiada perfeição

Enlouquece, demasiado pensar

Corrói, demasiado sentir

Anestesia, demasiado amor

Abala, demasiada verdade

Gasta, demasiado tempo

Não sentimos os excessos


Texto de Luís Barreira, 1991

Flowers, 1983

Luís BarreiraFlowers, 1983Pinturaacrílico, S/tela70x50 cmColecção particular: Graça Figueiredo

Luís Barreira

Flowers, 1983

Pintura

acrílico, S/tela

70x50 cm

Colecção particular: Graça Figueiredo