Luís Carvalho Barreira

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Ode de despedida

foto: desconhecido

Alameda Conde Caria, Vidago

Ode de despedida

as árvores da minha aldeia já não morrem de pé…

morrem nas manhãs frias de nevoeiro

morrem numa paleta polícroma já perdida

morrem num tempo esculpido por uma soturna melancolia

morrem no ocaso da memória continuamente vivenciada

morrem na toponímia de um corpo consumido

morrem

morrem as minhas raízes silenciadas dentro de mim.

Ó homens da minha terra, que mal fiz às árvores da minha aldeia?...


texto de Luís Barreira (excerto), 2010